Washington, D.C.,/São Paulo, Brasil, 18 de dezembro de 2003. –
A Corporação Financeira Internacional (IFC), órgão do setor privado do Grupo do Banco Mundial, lançou um contexto que permitirá às empresas privadas do Brasil ajudar os mil municípios mais pobres do país. Financiada pela IFC e lançada em conjunto com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social do Brasil e com a organização não-governamental Instituto Pólis, essa iniciativa apóia o programa Fome Zero do Presidente Lula.
O contexto inclui um banco de dados e um site (
www.fomezero.org.br
) com informação sobre as necessidades sociais e econômicas de mil municípios do Brasil, incluindo iniciativas já em andamento. O banco de dados já inclui uma lista de organizações sociais que são parceiros potenciais de empresas privadas interessadas em apoiar e financiar iniciativas locais específicas.
Esse contexto poderá beneficiar mais de quatro milhões de famílias ou 19 milhões de pessoas. O Programa Fome Zero tem por objetivo ajudar 9,9 milhões de famílias brasileiras ou 46,5 milhões de pessoas que em 2001 viviam com menos de US$1 por dia.
Como parte deste programa, foi publicado no Brasil o guia
Securing Food and Nutritional Needs: Contribution of Private Companies to the Implementation of Local Initiatives
(Obtenção de alimentos e atendimento de necessidades alimentícias: contribuição das empresas privadas para a implementação de iniciativas locais).Oferece às empresas recursos práticos sobre a forma de participar deste projeto.
Peter Woicke, Chefe da IFC e Diretor-Gerente do Grupo do Banco Mundial, anunciou essa iniciativa durante sua vista ao Brasil em fevereiro de 2002, observando que o plano proporciona um mecanismo para reforçar no país a prática da responsabilidade social corporativa.
Bernard Pasquier, Diretor do Departamento da IFC para a América Latina e o Caribe, com sede no Brasil, observou: “As empresas privadas precisam estar conscientes de que a sustentabilidade é um curso de ação pragmático e estratégico e não um exercício ideológico.” Descreveu este novo contexto como um “casamenteiro virtual” entre os municípios mais pobres do Brasil e as empresas privadas dispostas a ajudar. Pasquier reconheceu que as empresas brasileiras são líderes na América Latina em termos de responsabilidade social e acrescentou: “Estou otimista a respeito da resposta e participação não apenas das empresas privadas mas também das ONGs neste esforço.”
Paulo Itacarambi, Diretor Executivo do Instituto Ethos, assim se expressou: “Esta iniciativa incentivará a participação do setor privado oferecendo ferramentas úteis e dados organizados sobre os municípios, suas necessidades e as oportunidades de ação.”
O Brasil é o maior parceiro da IFC, não somente na região mas em âmbito mundial. No exercício financeiro de 2003, o Brasil foi o maior beneficiário de fundos da IFC pelo segundo ano consecutivo, elevando-se esse financiamento a US$888,4 milhões.
Wolfgang Bertelsmeier, Gerente da IFC para o Brasil, afirmou: “Esta iniciativa mostra o potencial das parcerias público-privadas e é coerente com a estratégia da IFC no Brasil de apoiar as ações de longo prazo do país de crescimento socialmente sustentável e redução da pobreza.”
A IFC concedeu US$300.000 aos Institutos Ethos e Pólis para identificar as maiores necessidades dos municípios pobres e desenvolver um banco de dados e uma central de atendimento, com a ajuda dos quais as empresas possam esclarecer quaisquer dúvidas ou apresentar propostas. O telefone da central de atendimento em São Paulo é (11) 3214 1013.
A missão da IFC é promover o investimento sustentável do setor privado nos países em desenvolvimento, ajudando a reduzir a pobreza e melhorar a vida das pessoas. A IFC financia investimentos do setor privado no mundo em desenvolvimento, mobiliza capital nos mercados financeiros internacionais, ajuda clientes a melhorar a sustentabilidade social e ambiental e presta assistência técnica e assessoramento a governos e empresas. Desde a sua fundação em 1956 até o exercício financeiro de 2003, a IFC já destinou mais de US$37 bilhões de seus próprios fundos e conseguiu US$22 bilhões em empréstimos consorciados para 2.900 empresas em 140 países em desenvolvimento. No exercício financeiro de 2002, a carteira de empréstimos de âmbito mundial da IFC elevou-se a US$16,7 bilhões em fundos próprios e US$6,6 bilhões reservados para participantes de empréstimos consorciados.