Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2002
– O Presidente do Grupo do Banco Mundial, James D. Wolfensohn, assinou hoje um contrato que proporcionará US$1,25 milhão para a criação de uma instituição microfinanceira comercial pioneira no Brasil. A Microinvest, que vai ajudar a expandir o acesso de empresários de baixa renda ao financiamento, ajudando-os a constituir suas empresas e melhorar seu padrão de vida.
O financiamento à Microinvest, feito pela Corporação Financeira Internacional (CFI), ramo do Grupo do Banco Mundial dedicado ao desenvolvimento do setor privado, ajudará no fortalecimento institucional de uma das muito raras instituições microfinanceiras auto-sustentáveis no Brasil. O financiamento à Microinvest é o primeiro da CFI a uma instituição microfinanceira no Brasil.
Durante a cerimônia que se realizou no Rio como parte da sua visita ao Brasil, Wolfensohn observou:
“Este projeto representa um passo importante para a melhoria da intermediação financeira, proporcionando um mecanismo sustentável de financiamento para pequenas empresas e microempresas, e aumentando as oportunidades de geração de renda para os pobres urbanos. Ademais, está em consonância com a estratégia do Banco Mundial para as empresas menores, que tem como base a expansão do acesso ao capital, o fortalecimento da capacidade das instituições de base local que apóiam tais empresas e a melhoria do clima para os negócios.”
O financiamento à Microinvest permitirá à CFI adquirir uma parcela de 25% das ações da Microinvest, cujo capital acionário restante pertencerá à incorporadora brasileira do projeto, a Finvest S.A.—uma das maiores companhias financeiras no setor crédito para consumidores de baixa renda e varejo no Brasil. A Fininvest é uma subsidiária de propriedade da União de Bancos Brasileiros S.A. (Unibanco) e vem trabalhando com minicréditos desde 1998, por meio de filiais de fins específicos localizadas em áreas de baixa renda, no Rio de Janeiro. Como empresa financeira, a Fininvest tem sido uma pioneira, tendo concedido mais de 4000 créditos, num valor financiado total de R$6 milhões.
O Presidente do Unibanco, Pedro Moreira Salles, acrescentou:
“Grande número de indicadores está assinalando o fato de que o setor do microcrédito no Brasil está crescendo e atraindo investimentos do setor financeiro e de várias instituições de desenvolvimento e capacitação. Há um constante oferecimento de oportunidades e a parceria com a CFI sem dúvida contribuirá para a melhoria do mercado microfinanceiro no país, num processo ao qual a Microinvest pretende dar significativa contribuição.”
Os microempresários constituem um poderoso propulsor do desenvolvimento social e do crescimento econômico na maioria dos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, onde existe um total estimado de 9,5 milhões de microempresas e pequenas empresas. Elas representam mais de 90% de todas as empresas no país e proporcionam mais de 35% do total de empregos em serviços, no comércio e na indústria.
A CFI e o Grupo do Banco Mundial estão convencidos de que instituições microfinanceiras bem geridas podem—e devem—ser comercialmente viáveis, permitindo assim a prestação de serviços a longo prazo aos que são insuficientemente servidos e resultando em melhores oportunidades para os pobres. As pesquisas mostram que apenas 4% do mercado mundial potencial para as microfinanças estão sendo atualmente atingidos, muitas vezes por instituições que não são financeiramente sustentáveis. Segundo calcula o Banco Mundial, existem mais de 500 milhões de microempresários em todo o mundo, quase todos eles sem acesso ao financiamento de instituições financeiras tradicionais.
Embora o apoio direto às instituições microfinanceiras represente uma esfera de atividades relativamente nova, a CFI tem em estudo uma crescente linha de projetos de microcrédito em todo o mundo, em países como a Bolívia, a Bósnia, a Bulgária, o Camboja, as Filipinas, a Geórgia, o Haiti, a Índia, o México e o Peru. A Corporação recentemente deu apoio ao
Minibanco
, a principal instituição microfinanceira do Peru, bem como a um importante projeto de microfinanças no México, a
Financiera Compartamos
. Ademais, formou parcerias estratégicas com a ACCION International para financiar quatro instituições de microcrédito em Moçambique, Brasil, Guatemala e África do Sul; e com a FINCA International, importante organização não-governamental na área microfinanceira, com sede nos Estados Unidos, cujos pequenos empréstimos estão ajudando a elevar a renda de mais de 215.000 pessoas em 20 diferentes países da África, América Latina e Europa Oriental.
O investimento na Microinvest respalda o compromisso da CFI para com o fortalecimento do setor financeiro no Brasil, dando a este condições para proporcionar financiamento decididamente necessário para promover o desenvolvimento e o crescimento do incipiente mercado microfinanceiro do país e de seus microempresários. Escora, ademais, os esforços da Corporação para ajudar a reduzir a pobreza mediante atividades que levem à população de baixa renda produtos financeiros formais para apoiar iniciativas individuais e coletivas e dar aos pobres a oportunidade de sustentarem a si mesmos e a suas famílias.
A missão da CFI (
www.IFC.org
) é promover o investimento sustentável no setor privado, nos países em desenvolvimento, ajudando a reduzir a pobreza e a melhorar a vida das populações. A Corporação proporciona investimentos ao setor privado no mundo em desenvolvimento, mobiliza capital nos mercados financeiros internacionais e proporciona assistência técnica e assessoramento a governos e empresas. Da sua fundação em 1956 até o encerramento do último exercício fiscal, em 30 de junho de 2002, a CFI comprometeu mais de US$34 bilhões em recursos próprios e $21 bilhões em fundos consorciados, para 2.825 empresas em 140 países em desenvolvimento. Ao fim do ano fiscal de 2002, a carteira da CFI acusava um total comprometido de US$15,1 bilhões em recursos próprios e $6,5 bilhões reservados para participantes em empréstimos consorciados.