Washington, D.C., 18 de Dezembro de 2007 –
Um novo relatório da IFC, membro do Grupo do Banco Mundial, indica que o gasto em saúde na África Subsariana deverá duplicar nos próximos 10 anos. Serão necessários investimentos de USD 25 000-30 000 milhões para atender à demanda, com o sector privado a desempenhar um papel-chave.
Intitulado
O Negócio da Saúde em África: Intensificar a Participação do Sector Privado para Melhorar as Vidas das Pessoas
, o relatório indica que o sector privado já desempenha um papel importante no financiamento e prestação de serviços de saúde para os povos da região. Em média, o sector privado presta 50% dos bens e serviços de saúde.
Parcialmente financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, o relatório estimulou a IFC e seus parceiros a anunciarem uma nova estratégia para fazer face aos desafios da saúde em África, aspecto importante da pobreza na região. Isto envolve a mobilização de USD 1 000 milhões nos próximos cinco anos em investimentos e serviços consultivos para fomentar serviços de saúde socialmente responsáveis.
“Esta é uma oportunidade de melhorar o acesso de milhões de africanos a serviços de saúde”, declarou Lars Thunell, Vice-Presidente Executivo e CEO da IFC. “Se pudermos conseguir que todos os parceiros críticos – governos, doadores, investidores e prestadores de serviços – tirem partido do sector privado e o integrem efectivamente com os sistemas públicos, poderemos também melhorar muito a qualidade dos serviços.” Thunell acrescentou: “O sector privado já presta cerca da metade dos bens e serviços de saúde na região. E uma mulher pobre na África de hoje tem tantas probabilidades de levar sua criança doente a um hospital ou clínica privada, como de levá-la a uma dependência pública.
“É uma satisfação ver que a IFC está a avançar com esta nova estratégia de investimento, que constitui uma forma promissora de melhorar o acesso a importantes serviços de saúde”, disse o Presidente do Programa Mundial de Saúde da Fundação Bill e Melinda Gates, Dr. Tadataka Yamada. “O relatório da IFC põe em evidência o papel significativo que o sector privado na África Subsariana desempenha na prestação de intervenções de saúde, inclusive serviços críticos para os pobres. Além de ser investimento atraente se o capital privado obtiver lucros financeiros e sociais nos investimentos.”
O relatório recebeu contributos de uma grande variedade de interessados directos, inclusive governos, investidores e a sociedade civil. Ele mostra claramente que o sector privado – com ou sem objectivo de lucro – é apenas uma parte da solução, e que terá de trabalhar ao lado do sector público para desenvolver sistemas de serviços de saúde viáveis, sustentáveis e equitativos. Porém, assinala que o sector privado é algumas vezes a única opção para pessoas que vivem em áreas rurais e bairros-de-lata urbanos.
Até 2016, é provável que o gasto em serviços de saúde em África, de USD 17 000 milhões em 2005, haja subido para USD 35 000 milhões. O relatório, depois de ressaltar que as populações da África Subsariana têm, em média, o pior estado de saúde de todo o mundo, sugere que os doadores e governos considerem a possibilidade de usar prestadores privados e programas de mutualização de riscos para chegar aos pobres.
A IFC fará parcerias com doadores, instituições de financiamento do desenvolvimento e outras entidades, para mobilizar até USD 850 milhões para a construção de um sector privado da saúde socialmente responsável em África, nos próximos cinco anos. A IFC e seus parceiros mobilizarão também USD 150 milhões para diversas iniciativas destinadas a melhorar o clima operacional para organizações de serviços de saúde do sector privado.
(Ver mais informações no Boletim Informativo anexo.)
Os esforços da IFC constituem uma parte-chave da estratégia maior do Grupo do Banco Mundial para saúde, nutrição e população, e reflectem o compromisso de ajudar os países africanos a atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015.
“O relatório da IFC é a mais completa análise, até agora, do sector privado da saúde na África Subsariana”, assinalou o Professor Eyitayo Lambo, destacado economista internacional em saúde e ex-Ministro da Saúde da Nigéria, que integrou o comité geral dos trabalhos do projecto. “A nova estratégia da IFC reflecte importantes passos iniciais para uma acção efectiva em relação aos fatos levantados no relatório. Ele sugere novas vias de acesso das organizações de serviços de saúde, tanto a capital como a serviços consultivos de classe internacional, ao mesmo tempo que se empenha em fortalecer o clima para negócios. Vejo com optimismo a possibilidade de que se venha a criar um ambiente para mudança, oferecer soluções práticas e facilitar o investimento sustentável.”
O Director da IFC para Saúde e Educação, Guy Elena, concluiu: “A IFC está empenhada em apoiar os serviços de saúde privados na África Subsariana, para melhorar a saúde dos povos e reduzir a pobreza, e juntar forças com os nossos parceiros vai nos ajudar a compreender o que funciona e o que não funciona. Vejo com grande satisfação que o Banco Africano de Desenvolvimento foi uma das primeiras instituições de financiamento do desenvolvimento a apoiar a iniciativa, e que concordou em colaborar connosco no estabelecimento de um veículo para aquisição de participações, componente-chave da nossa estratégia.”
Para o futuro, a IFC e seus parceiros continuarão a buscar a cooperação de interessados. Está planeada para o primeiro trimestre de 2008 uma série de fóruns sobre saúde e investimento, no Camarões, Quénia, Nigéria, Senegal e África do Sul, bem como reuniões da sociedade civil na Europa.
Sobre a IFC
A IFC, membro do Grupo do Banco Mundial, fomenta o crescimento económico sustentável em países em desenvolvimento, mediante o financiamento de investimentos no sector privado, a mobilização de capital privado em mercados financeiros locais e internacionais, e a prestação de serviços consultivos e de atenuação de riscos a empresas e governos. Na visão da IFC, os pobres têm a oportunidade de escapar da pobreza e melhorar suas condições de vida. No EF07, a IFC comprometeu USD 8 200 milhões e mobilizou USD 3 900 milhões adicionais, mediante participações em empréstimos e financiamentos estruturados, para 299 investimentos em 69 países em desenvolvimento. Além disso, a IFC prestou serviços de assessoria a 97 países. Para mais informações, visite o sítio
www.ifc.org
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