Washington, D.C 29 de junho de 2006
— O International Finance Corporation, o braço do setor privado do Grupo Banco Mundial, concedeu R$50 milhões (o equivalente a aproximadamente US$22 milhões) em um financiamento de cinco anos para a Rio Bravo Securitizadora S.A. A transação, que está aguardando aprovação final do orgão regulador no Brasil, será o primeiro financiamento do IFC voltado ao setor imobiliário no país.
Nesta operação, o IFC concederia ao Banco ABN AMRO Real S.A. uma garantia através de uma linha de crédito, que disponibilizaria recursos em moeda local para apoiar as operações da Rio Bravo Securitizadora. O financiamento concedido pelo Banco Real seria investido diretamente em quotas de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC), que é o equivalente no Brasil ao veículo de financiamento remoto-falência, ou truste, incluindo recebíveis imobiliários residenciais que são originados pela Rio Bravo Securitizadora.
Em troca, a Rio Bravo securitizaria os recebíveis na forma de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que são o equivalente no Brasil aos valores mobiliários lastreados por hipotecas, a serem disponibilizados para os investidores nacionais.
“Estamos bastante satisfeitos em trabalhar com o Banco Real com o objetivo de conceder financiamento adicional visando custear as atividades de originação, securitização e colocação do empreendimento imobiliário residencial da Rio Bravo,” disse Saran Kebet-Koulibaly, diretora associada do IFC para a América Latina e gerente para o Brasil. “O financiamento do IFC visa aumentar o “pool” de financiamento para incorporadores de imóveis, de que os brasileiros de renda média tanto necessitam, e oferecer oportunidades a investidores institucionais locais para diversificarem suas carteiras com instrumentos de dívida do setor privado que tenham prazos mais longos, tais como valores mobiliários lastreados por imóveis residenciais.”
Nicholas Reade, Diretor Executivo (CEO) da Rio Bravo Securitizadora, disse: “O projeto do IFC irá ainda demonstrar a viabilidade de uma alternativa, um canal de financiamento imobiliário residencial do setor privado. Através da complementação de fontes relativamente limitadas de recursos de financiamento para o mercado imobiliário de construção e compra residencial, esta operação – e tentativas futuras similares a esta—deverão ajudar o Brasil a enfrentar seu déficit imobiliário e aprimorar as condições de aquisição residencial para famílias de renda média.”
Além disso, esta operação envolveria a primeira garantia vinculada do IFC favorecendo um cliente tomador de crédito de mercados emergentes, onde o IFC concede garantia total a um empréstimo em moeda local desde que o país onde o cliente esteja domiciliado esteja em dia com suas obrigações de dívida.
Lee Meddin, tesoureiro adjunto do IFC disse, "Através da emissão de garantias vinculadas à dívida soberana, o IFC agora é capaz de oferecer um produto que satisfaz as necessidades de investidores e de clientes ao invés de excedê-las quando não existe a necessidade de garantias mais altas que aquela oferecida no país. Os credores e os clientes se beneficiarão com isto através do recebimento de um instrumento garantido com um rendimento maior do que aquele que é oferecido em outros valores mobiliários totalmente garantidos por títulos do IFC classificados internacionalmente como AAA."
A estratégia de financiamento imobiliário do IFC no Brasil visa aumentar a liquidez do mercado ao apoiar as atividades de negócios de empresas de securitização, mobilizando fundos de investidores de mercado de capital, e ajudando a padronizar as práticas de securitização do mercado imobiliário residencial de acordo com linhas internacionais. Onde for possível, o IFC também trabalhará com bancos comerciais em financiamento imobiliário.
Por uma série de razões, o Brasil possui um setor de financiamento imobiliário potencialmente amplo com oportunidades significativas para as empresas de securitização. Existe uma demanda não atingida por financiamentos a preços atraentes com termos razoáveis para famílias de média e baixa rendas, bem como para incorporadores do mercado imobiliário residencial. Outro incentivo para o crescimento é a estrutura jurídica e reguladora efetiva para financiamentos dos mercados imobiliários primários e secundários, que foi estabelecida nos últimos 10 anos, mas que somente agora está começando a ser utilizada por intermediários do setor financeiro. Finalmente, com a estabilidade macro-econômica e as taxas de juros mais baixas sendo praticadas no Brasil, as classes de ativos relacionados a imóveis residenciais tornam-se mais atraentes para investidores do que no passado, e mais viáveis para famílias de baixa e média rendas.
Sobre a Rio Bravo Securitizadora
A Rio Bravo Securitizadora é uma das maiores empresas de securitização de empréstimos imobiliários do Brasil. Sua principal atividade comercial inclui: (i) a originação de recebíveis imobiliários residenciais e comerciais, (ii) sua posterior securitização no formato CRI e sua colocação junto aos investidores, e (iii) atuação como principal prestadora de serviços de operações em CRI. A maior acionista da Rio Bravo Securitizadora é a RB Crédito Companhia de Securitização Imobiliária, que detém aproximadamente 58% da empresa. Outros investidores incluem a GMAC-RFC e IC, que detêm 20% e 19,9% em ações, respectivamente, bem como vários acionistas individuais. O volume de originação de CRI da Rio Bravo Securitizadora aumentou de R$117 para R$608,1 milhões entre os anos 2000 e 2005 (o equivalente a US$284,2 milhões), em conformidade com a tendência de crescimento total do mercado de CRI. Atualmente, a empresa detém uma participação acionária de 16% das emissões totais de CRI no Brasil.
Sobre o IFC
IFC no Brasil
Durante o exercício fiscal de 2005, o Brasil foi o país que recebeu o maior financiamento do IFC, em dólares, entre os países latino-americanos. O IFC investiu US$591 milhões, incluindo US$190 milhões em empréstimos sindicalizados, em diversos setores que vão do agro-negócio e transportes até os setores manufatureiro e financeiro. A carteira total do IFC no Brasil era de US$913 milhões em junho de 2005.
A estratégia do IFC para o Brasil concentra-se em aumentar as perspectivas de competitividade e crescimento dos clientes, melhorando a igualdade social do país através de ações voluntárias por parte do setor privado e continuando a promover a sustentabilidade. Desde 1956, quando o Brasil se uniu ao IFC, a empresa financiou $7,45 bilhões de dólares para 162 empresas, incluindo empréstimos sindicalizados.
Sobre o IFC
O International Finance Corporation é o braço do setor privado do Grupo do Banco Mundial e tem sua sede em Washington, D.C. O IFC coordena suas atividades com outras instituições do Grupo do Banco Mundial, mas é jurídica e financeiramente independente. Seus 178 países membros estabelecem seu capital social e coletivamente determinam sua política.
A missão do IFC
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www.ifc.org
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é promover investimentos sustentáveis no setor privado nos países em desenvolvimento e em transição, auxiliando na redução da pobreza e melhorando a vida das pessoas. O IFC financia investimentos do setor privado nos países em desenvolvimento, mobiliza capital nos mercados financeiros internacionais, ajuda os clientes a melhorar a sustentabilidade sócio-ambiental e oferece assistência técnica e aconselhamento a governos e negócios. Desde a sua criação em 1956 até o exercício fiscal de 2005, o IFC comprometeu mais de $49 bilhões de dólares de seus próprios recursos e conseguiu $24 bilhões de dólares em empréstimos sindicalizados para 3.319 empresas em 140 países em desenvolvimento. A carteira de comprometimento mundial do IFC no exercício fiscal de 2005 foi de $19,3 bilhões de dólares por sua própria conta e $5,3 bilhões de dólares mantidos para participantes em empréstimos sindicalizados.