Washington, 22 de abril de 2009-
Os principais bancos multilaterais de desenvolvimento
anunciaram hoje que irão ampliar seu apoio à América Latina e ao Caribe com um aporte de até US$90 bilhões durante os próximos dois anos, em um esforço conjunto para estimular o crescimento econômico na região por meio da coordenação de iniciativas de resposta à crise financeira mundial.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Corporação Interamericana de Investimento (BID/CII), o Grupo Banco Mundial (BIRD, IFC e AMGI), a Corporação Andina de Fomento (CAF), o Banco de Desenvolvimento do Caribe (BDC) e o Banco Centro-Americano para a Integração Econômica (CABEI) estão trabalhando em conjunto na identificação de parcerias, com a finalidade de expandir o impacto coletivo e explorar novas oportunidades para proteger os ganhos econômicos e sociais alcançados na região nos últimos cinco anos.
O BID e a CII deverão fornecer US$29,5 bilhões do total de recursos, enquanto o Grupo Banco Mundial planeja contribuir com US$35,6 bilhões nos próximos dois anos. Além disso, a CAF participará com US$ 20 bilhões, enquanto o CABEI e o BDC deverão colaborar com US$4,2 bilhões e US$500 milhões, respectivamente.
“
A América Latina e o Caribe apresentaram um substancial avanço econômico e social nos últimos cinco anos e precisamos garantir que essas realizações não sejam perdidas devido ao choque externo causado pela crise global. Precisamos evitar uma crise social e humana”,
afirmou
Robert B. Zoellick, Presidente do Grupo Banco Mundial
. “
Saúdo esta estreita cooperação entre os bancos multilaterais regionais e o Grupo Banco Mundial, e me comprometo a fazer com que essa plataforma de trabalho seja bem-sucedida, enquanto estabelecemos as bases para uma recuperação econômica.”
O apoio do BID poderá ser ampliado na medida em que o Banco está formulando programas para impulsionar o crédito no curto prazo. O BID também iniciou o processo de revisão de seu capital, com o objetivo de adequar sua capacidade de financiar as necessidades de desenvolvimento no longo prazo, de acordo com uma resolução aprovada por sua Assembléia de Governadores em reunião anual ocorrida no final de março em Medellin.
"O BID está colaborando com seus parceiros multilaterais no sentido de propor uma resposta coletiva e comprometer uma parcela significativa de sua capacidade de crédito para combater a crise econômica”
, afirmou
Luis Alberto Moreno, Presidente do BID
.
O BID buscará recursos adicionais de capital com o objetivo de continuar a apoiar a região em suas constantes necessidades.”
Ao contrário das crises anteriores, os efeitos do atual desequilíbrio econômico estão sendo transmitidos na região basicamente por meio da economia real. Esta crise interrompeu mais de cinco anos de um crescimento sustentado médio de 5,3% ao ano, estimulado em parte pela adoção de políticas econômicas responsáveis e por uma elevação acentuada no preço das commodities.
“Em momentos como o atual, torna-se evidente que as agências multilaterais de desenvolvimento devem coordenar o seu trabalho para atender às necessidades da região”
, salientou
Enrique García, Presidente da
CAF
.
“Este esforço conjunto que estamos realizando nos permitirá oferecer soluções concretas para enfrentar a situação atual. Os montantes disponibilizados pela CAF no âmbito dessa iniciativa se somarão a outros esforços semelhantes que estão sendo empreendidos desde o início da crise.”
A região da América Latina e do Caribe não é o epicentro da crise. Ao contrário, desta vez a região está sofrendo os efeitos do choque global. A América Latina conseguiu retirar da pobreza 52 milhões de pessoas no período de 2002 a 2007, mas essa tendência poderá se reverter e, por isso, é importante proteger os avanços sociais na região.
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