São Paulo, 2 de outubro de 2017
– De acordo com relatório que acaba de ser divulgado pela IFC, membro do Grupo do Banco Mundial, as empresas ao redor do mundo que oferecem serviços de assistência à infância aos seus funcionários verificaram que o benefício traz efeitos positivos às suas atividades, melhorando o recrutamento, a retenção e a produtividade de seus colaboradores.
De acordo com o relatório, os empregadores que oferecem benefícios de assistência à infância notaram redução significativa na rotatividade de funcionários; aumento da qualidade dos candidatos nos processos de seleção e rapidez no preenchimento das vagas; aumento da produtividade graças à redução no número de ausências, além de mais foco, motivação e compromisso por parte dos funcionários, e também melhoria na diversidade de gênero e no número de mulheres em cargos de liderança.
As práticas de assistência à infância afetam as famílias na América Latina, onde as mulheres estão se integrando ao mercado de trabalho em um ritmo mais rápido do que em qualquer outra região no mundo. O número de mulheres no mercado de trabalho latino-americano teve crescimento altíssimo nas últimas duas décadas, de 44% para 54%, aproximando-se dos índices registrados nos EUA, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A América Latina precisa encontrar novas fontes de crescimento; incentivar mais mulheres a participar do mercado de trabalho ajudaria a aumentar os níveis de receita e os empregos formais.
A América Latina também é a região mais urbanizada do mundo, com 8 em cada 10 pessoas vivendo em cidades. À medida que jovens famílias migram para as grandes cidades latino-americanas em busca de melhores salários – deixando para trás seus sistemas de apoio e famílias estendidas – há uma crescente demanda por serviços acessíveis de assistência à infância, para garantir que a presença de mulheres no mercado de trabalho continue a crescer.
Cada vez mais a assistência infantil é considerada como um propulsor chave no crescimento econômico. Quando pais e mães trabalhadores participam de forma igual no mercado de trabalho, é mais provável que aumentem sua receita familiar e produzam um impacto maior no crescimento das empresas e das economias. De forma geral, as crianças com acesso à educação e a assistência na primeira infância crescem mais saudáveis, têm um melhor desempenho escolar e tornam-se adultos mais produtivos.
Em 11 das 50 economias analisadas recentemente pelo projeto Mulheres, Negócios e Direito, do Grupo do Banco Mundial, os empregadores são obrigados, por lei, a subsidiar ou oferecer benefícios de assistência à infância. Mesmo quando não se trata de obrigação legal, muitos empregadores estão buscando oferecer assistência à infância para alcançar melhores resultados em seus negócios. Entre os países que promulgaram leis tornando obrigatórios os serviços de assistência à infância estão o Brasil, Chile, Equador, Índia, Iraque, Japão, Jordânia, Países Baixos, Turquia, Ucrânia e o Vietnã.
“Sem a participação integral e igualitária de mulheres e homens, nenhum país, comunidade ou economia, consegue alcançar seu potencial ou superar os desafios do século 21”, afirma
Irene Arias, Diretora da IFC para América Latina e Caribe.
“As práticas de assistência à infância fazem parte da solução e, apesar de muitas empresas estarem dispostas a atender as necessidades de assistência à infância de seus funcionários, muitas vezes elas não dispõem das informações necessárias quanto ao que podem fazer e que tipo de benefícios podem obter com isso. O relatório da IFC vem justamente para suprir estas lacunas”, Irene acrescenta.
O relatório baseia-se em 10 estudos de casos de empresas em todo o mundo que estão oferecendo diferentes tipos de assistência à infância, que vão desde creches na própria empresa até subsídios oferecidos aos funcionários. Entre as empresas estudadas no relatório está a Pandurata Alimentos Ltda., conhecida como Bauducco, uma das maiores empresas do setor alimentício no Brasil, que oferece serviços de assistência à infância há mais de 30 anos. A empresa verificou que oferecer este tipo de assistência contribui com a produtividade e motivação dos funcionários. Das funcionárias da empresa que saem em licença-maternidade, 95% retornam ao trabalho após o fim da mesma.
A IFC contou com a experiência de parceiros estratégicos para preparar o relatório, incluindo o site Care.com, o Instituto de Pesquisa de Políticas para Mulheres, a Organização Mundial do Trabalho, a Kidogo, o Pacto Global da ONU e a organização ONU Mulheres, além das empresas que fazem parte da Parceria pelos Serviços de Assistência à Infância da IFC.
Sobre a IFC
A IFC, membro do Grupo Banco Mundial, é a maior instituição de desenvolvimento do mundo voltada para o setor privado em mercados emergentes. Trabalhando com mais de 2.000 empresas em todo o mundo, usamos nosso capital, expertise e influência para criar mercados e oportunidades nas áreas mais difíceis do mundo. No exercício fiscal de 2017, nossos investimentos de longo prazo nos países em desenvolvimento atingiram um valor recorde de US$ 19,3 bilhões, alavancando a força do setor privado para ajudar a colocar fim à miséria e estimular a prosperidade compartilhada. Para mais informações, visite
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